A asma é uma inflamação crônica que afeta as vias aéreas e os brônquios, que pode ser causada por diversos fatores. Neste artigo você conhecerá mais detalhes sobre a crise de asma, no que ela se consiste, suas causas, sintomas e tratamentos. Continue a leitura!
O que é asma?
De acordo com artigo publicado no MSD Manuals, por Victor E. Ortega (MD, PhD) e Frank Genese (DO), a asma (CID 10 – J45) é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas, que pode ser revertida espontaneamente ou com tratamento. Durante uma crise de asma, os brônquios se inflamam e reduzem a passagem de ar, causando sintomas como tosse, falta de ar, chiado e aperto no peito.
O principal motivo por trás da dificuldade de respirar é a exposição a agentes irritantes. Durante uma crise, o organismo contrai a musculatura que existe em volta do brônquio, diminuindo a passagem de ar, sendo os gatilhos mais comuns para as crises, a exposição a:
- Pó
- Poeira
- Mofo
- Perfumes
- Odores fortes
A asma é uma das condições crônicas mais comuns, que acomete cerca de 235 milhões de pessoas em todo o mundo, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). No Brasil, estima-se que cerca de 3 a 5 % da população sofre com a condição.
Causas da asma
As causas desse problema ainda são desconhecidas, mas a asma resulta muito provavelmente de interações complexas entre diversos genes, condições ambientais e nutrição. Condições ambientais e circunstâncias em torno da gravidez, nascimento e infância têm sido associadas ao desenvolvimento de asma na infância e mais tarde na idade adulta. O risco parece ser maior se a mãe da pessoa engravidou ainda muito jovem ou não recebeu uma nutrição adequada durante a gravidez. O risco também pode ser maior em caso de nascimento prematuro, baixo peso ao nascimento ou se não foi amamentado.
Condições ambientais, como a exposição a alérgenos domésticos, como ácaros, baratas e pelo de animais, e outros alérgenos ambientais, também foram associadas ao desenvolvimento da asma em crianças mais velhas e adultos. Dietas pobres em vitaminas C e E, além de ácidos graxos ômega-3 também foram associadas à asma, assim como a obesidade.
Em países desenvolvidos, onde a maioria das famílias são menores e com menos filhos, que mantêm os ambientes interiores mais limpos, e o uso de vacinações e antibióticos podem, no início da vida, diminuir a capacidade do corpo de desenvolver resistência a alérgenos presentes no ambiente, fato que pode explicar, mesmo que parcialmente, o aumento da asma nesses países.
Sintomas
As crises de asma variam em frequência e gravidade. Algumas pessoas que têm asma não apresentam sintomas a maior parte do tempo e apresentam apenas episódios breves, ocasionais e leves de falta de ar. Outras pessoas apresentam tosse e sibilos a maior parte do tempo e sofrem crises graves após infecções virais, exercícios ou exposição a outros desencadeadores.
Sibilos são chiados que ocorrem quando a pessoa expira. A tosse pode ser o único sintoma em algumas pessoas (asma tosse-variante). Algumas pessoas com asma produzem um catarro (escarro) claro, algumas vezes pegajoso (mucoide).
Em algumas pessoas, as crises de asma ocorrem principalmente à noite (asma noturna). Crises que ocorrem durante a noite podem indicar asma mal-controlada.
Sintomas de uma crise de asma
As crises de asma costumam ocorrer com mais frequência nas primeiras horas da manhã, quando os efeitos dos medicamentos protetores já passaram e o corpo é menos capaz de evitar o estreitamento das vias aéreas.
Uma crise de asma pode começar subitamente com sibilos, tosse e falta de ar. Outras vezes, a crise pode surgir lentamente, com piora gradual dos sintomas. Nos dois casos, as pessoas com asma, no geral, sentem inicialmente falta de ar, tosse e pressão no tórax. A crise pode durar apenas alguns minutos, horas ou dias. Coceira no tórax ou no pescoço pode ser um sintoma precoce, especialmente em crianças. Tosse seca durante a noite ou durante a prática de exercícios pode ser o único sintoma.
Durante uma crise de asma, a falta de ar pode se tornar grave e criar uma sensação de intensa ansiedade. A pessoa instintivamente fica ereta e se inclina para a frente, usando os músculos do pescoço e do tórax para ajudar na respiração, mas ainda se esforça muito para respirar. Sudorese é uma reação comum ao esforço e à ansiedade, e a frequência cardíaca geralmente acelera e a pessoa pode sentir uma pressão no tórax.
Em uma crise de asma muito grave, a pessoa consegue dizer apenas algumas palavras sem parar para tomar fôlego. No entanto, pode inclusive haver uma diminuição dos sibilos, pois quase nenhum ar está se movendo para dentro e para fora dos pulmões. Confusão, letargia e uma cor de pele azul (cianose) são sinais de que o suprimento de oxigênio da pessoa está gravemente limitado, sendo necessário tratamento de emergência. Normalmente, uma pessoa se recupera completamente com o tratamento adequado, mesmo de uma crise de asma grave. É raro as pessoas desenvolverem crises tão rapidamente a ponto de perderem a consciência antes de se administrarem uma terapia eficaz. Tais pessoas devem usar uma identificação (como um colar ou uma pulseira de alerta médico) e levar um telefone celular consigo para ligarem para a assistência médica de emergência.
Tratamentos
A Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia define a asma como uma doença muito variável, por isso seu tratamento precisa estar de acordo com os graus da doença. Por se manifestar de formas diferentes em cada pessoa, ela também pode sofrer variações em cada caso, é por isso que o tratamento deve ser individualizado, ou seja, o que serve para um asmático pode não ser o melhor tratamento para outro.
Sendo assim, o acompanhamento por um especialista é a ação mais ideal, uma vez que o mesmo tratamento que vinha dando certo pode precisar que a sua dose seja modificada caso aconteça alguma alteração na doença, como os sintomas ficarem mais fortes, por exemplo. Portanto, é muito importante que o tratamento da asma seja sempre orientado pelo seu médico.
Atualmente, a asma pode ser tratada com duas estratégias diferentes:
Tratamento de manutenção
O objetivo do tratamento de manutenção é manter os sintomas controlados para evitar que eles se agravem. Para isso, a pessoa asmática deve tomar uma medicação chamada controladora (geralmente anti-inflamatórios), que serve para prevenir o aparecimento dos sintomas e evitar as crises. Além disso, também é importante evitar situações cotidianas que possam causar essas crises, como ter contato com alérgenos.
Tratamento de crise
Esse tratamento, como o próprio nome sugere, tem o objetivo de resolver as crises de asma rapidamente e, assim, evitar situações mais graves. Para isso, a pessoa com asma deve utilizar a medicação de alívio, também chamada de medicação de resgate, para aliviar os sintomas da crise e, em casos mais graves, procurar um médico ou até mesmo uma internação hospitalar.
Prevenção de crises de asma
A asma é uma condição crônica que não pode ser curada, mas crises individuais podem ser prevenidas com a devida identificação e eliminação de estímulos que desencadeiam crises, como:
Vapores irritantes: As pessoas que têm asma devem evitar fumaça de cigarro e outros vapores irritantes e tentar evitar a exposição a pessoas com infecções das vias respiratórias superiores.
Ácaros da poeira: A exposição a ácaros domésticos pode ser reduzida através da remoção de tapetes de parede a parede e cortinas, e usando-se ar condicionado para manter a umidade relativa baixa (de preferência inferior a 50%) no verão.
Medicamentos: Evitar aspirina ou AINEs ajuda na prevenção de crises em pessoas cuja asma é desencadeada por esses medicamentos.
Frio: Para atividades ao ar livre em clima frio, as pessoas com asma podem usar uma máscara de esqui ou um lenço que cubre o nariz e a boca para ajudar a manter o ar que está sendo respirado quente e úmido.
Sulfitos: Sulfitos podem desencadear crises após uma pessoa suscetível comer um determinado alimento ou beber cerveja ou vinho tinto.
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