Uma condição médica que afeta cada vez mais pessoas ao redor do mundo, a obesidade é uma doença crônica que atinge grande parte da população de diversos países, como é o caso dos Estados Unidos, onde o índice de pessoas com excesso de peso é de 64,5%, sendo que metade deste percentual é considerada obesa. Só no Brasil já são mais de 25 milhões de cidadãos obesos, um dado muito preocupante, visto que a condição desencadeia uma série de fatores de risco à saúde que podem, inclusive, levar à morte. Acompanhe este artigo e saiba mais sobre os sintomas, causas e tratamentos para a obesidade.
O que é obesidade?
A obesidade é uma doença crônica caracterizada principalmente pelo acúmulo em excesso de gordura corporal no organismo, que tem relação direta com diversas complicações metabólicas e o desenvolvimento de outras doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes e doenças cardiovasculares. A OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que ao menos 1 bilhão de pessoas no mundo apresentam excesso de peso, das quais 300 milhões são obesas.
Causas
A obesidade é ocasionada por uma combinação de diversos fatores, que podem envolver:
- Sedentarismo
Pessoas sedentárias gastam menos calorias que pessoas ativas. Sendo assim, elas devem consumir menos calorias em sua dieta. Se a ingestão de calorias não for proporcional ao gasto, o resultado será o aumento da gordura corporal e consequente aumento do peso.
- Dieta
A principal causa da obesidade é a alimentação inadequada ou excessiva por longos períodos. O consumo excessivo de alimentos calóricos, principalmente os processados, fast foods, bebidas calóricas, como refrigerantes, sucos e bebidas alcóolicas, entre outros alimentos industrializados e com altos níveis de açúcar e/ou gordura em sua composição, contribuem consideravelmente para o aumento da gordura corporal e consequente obesidade.
- Genética
Os genes podem afetar diversas áreas da nossa vida, inclusive na questão da obesidade. Eles podem afetar o apetite e, consequentemente, a quantidade de alimentos consumidos, além de influenciar as regiões aonde a gordura corporal se acumula, principalmente a gordura na cintura e no abdômen.
Estes são os principais fatores que contribuem para o aumento da gordura corporal, mas também podemos incluir nessa lista fatores hormonais, uso de medicamentos para tratamento de doenças comuns, transtornos alimentares, gravidez, menopausa, envelhecimento, estilo de vida, etc.
Sintomas
A obesidade aumenta o risco de diversos problemas de saúde, como falta de ar, respiração difícil durante a prática de atividades físicas ou cotidianas, ronco, anormalidades da pele, dor nas articulações e nas costas, e ainda aumenta muito os riscos das seguintes condições:
- Pressão arterial alta (hipertensão);
- Distúrbios das articulações, como artrite, gota, lombalgia, etc.;
- Doença arterial coronariana;
- Síndrome metabólica;
- Níveis anormais de colesterol e outras gorduras (lipídios);
- Resistência à insulina;
- Insuficiência cardíaca;
- Diabetes;
- Cálculo biliar;
- Cânceres de mama, útero, ovários, cólon, próstata, rins, pâncreas, etc.;
- Baixo nível de testosterona nos homens, disfunção erétil e fertilidade reduzida;
- Distúrbios menstruais, infertilidade e maior risco de aborto espontâneo nas mulheres;
- Distúrbios psicológicos, como ansiedade e depressão;
- Esteatose hepática e cirrose;
- Trombos (trombose venosa profunda e embolia pulmonar).
Diagnóstico
O diagnóstico da obesidade geralmente pode ser feito pela própria pessoa, com base no cálculo do IMC e/ou observação da circunferência abdominal, que ajudam a identificar e quantificar a obesidade abdominal (visceral), que é a gordura que se acumula na cintura e no abdômen. Veja a seguir a tabela com os valores do Índice de Massa Corpórea (IMC):
- Abaixo do peso: IMC abaixo de 18,5;
- Peso normal: IMC entre 18,5 e 24,9;
- Sobrepeso: IMC entre 25 e 29,9;
- Obesidade Grau I: IMC entre 30 e 34,9;
- Obesidade Grau II: IMC entre 35 e 39,9;
- Obesidade Grau III: IMC acima de 40.
A composição corporal também é outra forma de diagnóstico que pode ser realizada por meio de impedância bioelétrica (bioimpedância) feita em consultório médico, medição da espessura da dobra de pele e da circunferência do braço e pesagem subaquática (hidrostática).
Tratamento
A prevenção é a melhor forma de evitar todos os problemas causados pela obesidade, mas quando já diagnosticada, mudar o estilo de vida é fundamental para tratar a doença. Essas mudanças devem incluir:
- Prática regular de atividades físicas (se possível, com acompanhamento profissional);
- Melhoria dos hábitos alimentares, envolvendo a redução de alimentos industrializados (principalmente do açúcar e massas, como macarrão, pão, etc.) e alimentação com produtos naturais integrais (vegetais, proteínas, verduras, grãos, etc.). Busque acompanhamento de um profissional Nutricionista para ajudá-lo;
- Abandono de vícios nocivos à saúde, como tabagismo e consumo excessivo de álcool;
- Foco e determinação para alcançar os objetivos, sendo realista sobre os resultados que deseja, pois é preciso entender que bons resultados dependem de mudanças permanentes no estilo de vida.
Além da mudança no estilo de vida, médicos podem indicar tratamento medicamentoso para auxiliar a perda de peso, ou a cirurgia de perda de peso (bariátrica), dependendo do grau e riscos da obesidade à saúde do paciente.
Conclusão
Adotar um estilo de vida mais saudável só traz benefícios para nossa saúde, visto que a perda de apenas 5% a 10% do peso corporal já pode reduzir os riscos relacionados ao peso. Mas é importante que essa mudança seja orientada por profissionais de saúde (nutricionistas e médicos), para que ela seja efetiva a longo prazo.