Aproveitando a campanha mensal de saúde Fevereiro Roxo para disseminar informação, neste artigo você conhecerá mais detalhes sobre o Lúpus (LES – Lúpus Eritematoso Sistêmico), uma doença inflamatória caracterizada pelo ataque do sistema imunológico aos seus próprios tecidos. Continue a leitura!
O que é Lúpus?
O Lúpus Eritematoso Sistêmico é uma doença inflamatória autoimune crônica do tecido conjuntivo, que pode envolver as articulações, rins, pele, membranas mucosas e paredes dos vasos sanguíneos.
De acordo com artigo publicado no portal Manual MSD, por Alana M. Nevares (MD, The University of Vermont Medical Center), cerca de 70% a 90% das pessoas que têm lúpus são mulheres em idade fértil, mas crianças (principalmente meninas), homens e mulheres idosos e até mesmo recém-nascidos também podem ser afetados. O Lúpus ocorre em todas as partes do mundo, mas pode ser mais comum em negros e asiáticos do que em brancos.
Sintomas do Lúpus
Os sintomas de Lúpus variam muito de pessoa para pessoa, mas, no entanto, podem começar subitamente com febre, assemelhando-se a uma infecção súbita. Além disso, dores de cabeça do tipo enxaqueca, epilepsia ou distúrbios mentais graves (psicoses) podem ser as primeiras manifestações da doença notadas e com o passar do tempo os sintomas podem afetar qualquer sistema orgânico.
A Sociedade Brasileira de Reumatologia elenca que são reconhecidos dois tipos principais de Lúpus: o cutâneo, que se manifesta apenas com manchas na pele (geralmente avermelhadas ou eritematosas e daí o nome Lúpus Eritematoso), principalmente nas áreas que ficam expostas à luz solar (rosto, orelhas, colo (“V” do decote) e nos braços), e o sistêmico, no qual um ou mais órgãos internos são acometidos. Os sintomas do Lúpus podem surgir em diversos órgãos, de forma lenta e progressiva (em meses) ou mais rapidamente (em semanas) e variam com fases de atividade e de remissão.
Outros sintomas da doença mais gerais são o emagrecimento, perda de apetite, fraqueza e desânimo, além de outros, específicos de cada órgão, como dor nas juntas com ou sem inchaço (sintoma que ocorre em mais de 90% das pessoas com Lúpus e envolve principalmente dor nas juntas das mãos, punhos, joelhos e pés, e tendem a ser bastante dolorosas e ocorrem de forma intermitente, com períodos de melhora e piora. Às vezes também surgem como tendinites.), manchas na pele, inflamação da pleura, problemas no sistema nervoso, problemas sanguíneos, hipertensão e/ou problemas nos rins.
Causas do Lúpus
O Lúpus ainda não teve sua origem desvendada pela ciência, mas sabe-se que fatores genéticos, hormonais e ambientais têm influência sobre seu desenvolvimento. Sendo assim, pessoas que nascem com susceptibilidade genética para desenvolver a doença, em algum momento, após uma interação com fatores ambientais (radiação solar, infecções virais ou por outros micro-organismos), passam a apresentar alterações imunológicas.
A Sociedade Brasileira de Reumatologia ainda afirma que a principal delas é o desequilíbrio na produção de anticorpos que reagem com proteínas do próprio organismo e causam inflamação em diversos órgãos, como na pele, mucosas, pleura e pulmões, articulações, rins etc.).
Dessa forma, podemos assumir que os sintomas desenvolvidos por uma pessoa dependem do tipo de anticorpo que ela tem e, que como o desenvolvimento de cada anticorpo se relaciona às características genéticas de um indivíduo, cada paciente com Lúpus tende a apresentar sintomas específicos.
Tratamentos
O tratamento para o Lúpus dependerá dos órgãos afetados e do nível de atividade da inflamação, uma vez que na doença a gravidade da lesão nos órgãos não é necessariamente a mesma que a atividade inflamatória. O artigo publicado no portal Manual MSD explica que os órgãos podem ficar permanentemente lesionados e com cicatrizes em decorrência de uma inflamação associada ao lúpus no passado.
Essas lesões podem ser classificadas como “graves”, mesmo que o Lúpus não esteja ativo (ou seja, não está causando inflamação ou novas lesões no momento). Dessa forma, o objetivo do tratamento consiste em reduzir a atividade do Lúpus reduzindo a inflamação, o que, por sua vez, deve evitar novas lesões ou uma lesão maior.
Atualmente existem medicamentos que são receitados a todas as pessoas com Lúpus, independentemente da gravidade da doença, uma vez que auxiliam a diminuir as exacerbações e o risco de morte.
Lúpus grave
Em casos de Lúpus grave ativo, no qual a doença afeta os rins ou o cérebro, podendo causar sangramento pulmonar, são tratadas imediatamente, geralmente com corticosteroides administrados pela veia, e a dose e a duração do tratamento dependerão de quais órgãos estão sendo afetados.
Além disso, um medicamento imunossupressor também pode ser administrado para suprimir o ataque autoimune do corpo. E há ainda casos mais graves, nos quais as pessoas com doença renal terminal decorrente do Lúpus podem se submeter a um transplante renal como alternativa à diálise.
Importante: O Ministério da Saúde salienta que apenas médicos e cirurgiões-dentistas devidamente habilitados podem diagnosticar doenças, indicar tratamentos e receitar remédios. Então, busque auxílio médico ao menor sinal de preocupação com a saúde e busque manter as visitas médicas e exames em dia.